sábado, 9 de março de 2013

Psicologia

Eu era uma miúda mais dada à biologia e matemáticas, mas lembro-me de ter, algures no secundário (ainda se chama assim?), um ou dois anos de psicologia. E lembro-me, vagamente, de se falar da personalidade e da influência dos primeiros anos de vida na construção daquilo que somos, da influência do meio, de cães e baba. Se não era bem assim, então tenho uma memória de merda. O que é certo, é que há coisas na minha vida que só podem ser explicadas pela infância que tive. Como eu não gostar muito de chocolate, por exemplo. Havia, nos anos 80, a mania de encher a árvore de Natal com pinhas de chocolate, ou melhor, uns chocolates em em forma de pinha, embrulhados em papel de alumínio muito brilhante e colorido. Dizem que na casa dos outros essas pinhas eram comidas e todos os anos se comprava mais. Mas a minha mãe não deixava. Achava as pinhas lindas e achava um crime estragá-las. Guardava-as religiosamente para serem usadas, sempre as mesmas, ano após ano. O resultado: passei os Natais da minha infância a babar-me a olhar para pinhas de chocolate estragado, até que, num desses Natais, revoltei-me, comi uma dessas pinhas às escondidas e tive uma gastroenterite. Também não consigo ter nêsperas perto de mim. A minha avó só tinha laranjeiras. Os putos do bairro social ao lado do quintal dela, vinham roubar laranjas à minha avó, porque eram as melhores daqueles quintais. Mas o meu vizinho tinha uma nespereira. E roubar laranjas parecia fácil, pelo que eu via. Decidi roubar nêsperas. Mas as nêsperas são mais pequenas que laranjas, dava muito trabalho roubar uma quantidade satisfatória, então arranquei um ramo da nespereira, vim a arrastá-lo até ao meu quintal e comi-as todas o mais rápido que pude, com medo de ser apanhada. Ainda hoje, se tenho nêsperas, devoro-as como se viesse o meu vizinho velho e ex-presidiário, de caçadeira em punho atrás de mim. E ainda hoje admiro as pessoas dos bairros sociais. Por isso, não consigo estar muito tempo longe do Cais do Sodré, mesmo que hoje esteja repleto de betos com a mania que são irreverentes. Não consigo é encontrar explicação para beber com a mesma compulsão com que como nêsperas, mas acho que consegui encontrar o porquê de existirem fotos com esta na minha máquina fotográfica, quando chego a casa depois de uma noite de copos. Um bom fim de semana a todos.

25 comentários:

  1. Respostas
    1. Chega a uma certa hora e não pode ser mais gin. Gosto de ir para casa pelo meu próprio pé, sabes? ;)
      (e isto já tem umas semanitas boas, confesso)

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    2. Ah. E trocas Gin por cerveja. É pelo efeito diurético né? Faz sentido :p

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    3. Ahahah menos teor de álcool e mais barato. Vá, e diurético também. Só vantagens, como vês. :p

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  2. Tiveste uma infância difícil e agora vingas-te no álcool. A psicologia explica :p

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  3. looooooooooool acho k ja te falei das minhas mocas... da-te por contente.

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  4. Na próxima, um decote maior, para poder apreciar melhor as mamas.
    Obrigado.

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    1. A gerência terá a sua sugestão em consideração no futuro.

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    2. Se houverem mais pedidos consideras mais? :p

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    3. Vocês querem é conversa! :p

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    4. Quero lá saber da conversa.
      Mamas. M-A-M-A-S.
      Agradeço. Outra vez.

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    5. Snail, e que tal fazermos algo relacionado com "mamas" e o "Papa"? :)

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    6. E eu que detesto a igreja católica...

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    7. Mg=homem sábio. Ouve Mg.

      R.

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    8. Mudaste, R.!!!!!
      Vou estudar o vosso caso com dedicação, prometo.

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    9. Hoje, um blog bateu no fundo.
      Se não houverem mamas da dona do tasco nas próximas 24 horas, considerarei que este blog é um embuste.
      E terei pena. A blogosfera não aguenta tantas más noticias em tão curto espaço de tempo.

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    10. Desafios, sr Mg??? DESAFIOS???? Amanhã, aqui.

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  5. Tu quando bebes ficas um bocado amarela, Snail :P

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  6. Já tirei fotos em situação ditas "inapropriadas", mas nunca nestas! A degradação de uma geração, é algo que só a nós diz respeito!

    ...a nós e ao médico das urgências!

    ;)

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    1. Ahahahah e eu posso dizer que já fiz isso tudo! Mereço uma estátua no cais do sodré.

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