terça-feira, 2 de abril de 2013

Essa coisa misteriosa que é o universo masculino

Tenho muitos amigos homens. O que dava para fazer aqui um ensaio sobre "A pila portuguesa - Uma análise multi-variada sobre tamanho, forma, cheiro, temperatura, tempo médio de acção, intervalo mínimo entre picos de actividade e amplitude de movimentos nos eixos x-y-z". Mas eu, pessoa sempre informada e actualizada no que respeita a descobertas cientificas e curiosidades sobre o mundo animal, descobri recentemente que, agarrado a cada pila, existe um conjunto multi-orgânico de matéria viva com capacidade de reacção a estímulos. Desde então, tenho feito pequenas experiências e algum trabalho de campo. Com o objectivo de garantir a imparcialidade na análise dos resultados, estabeleci como critério de inclusão 'indivíduos heterossexuais portadores de pila congénita' e como critério de exclusão 'pila já utilizada por mim'. O estudo está em curso desde o início do ano e já consegui a proeza de incluir dois espécimes. 
No primeiro caso, comecei uma conversa sobre um bolo que tinha feito. Ele não me perguntou sobre a proveniência das laranjas, se o açúcar era refinado, a categoria dos ovos, nem se me deu muito trabalho ou não, apenas perguntou se o bolo estava bom e se eu ainda tinha alguma fatia para ele provar. Mas depois, falei-lhe que na noite passada estava aborrecida em casa e pus-me a ver um filme porno. Os olhos dele abriram-se brilhantes, começou a perguntar-me sobre nomes de actrizes e realizadores, sobre as novidades na área, sites de referência, prémios internacionais para portuguesas, mas não me perguntou se no fim aquilo foi bom para mim ou não. Segundo outros estudos na área, estes resultados estão de acordo com o esperado. 
Já o segundo caso foi intrigante. Hoje fui trabalhar de vestido e com uns sapatinhos fofíssimos de borrachinha de uma marca bem conhecida do sexo feminino. Reparei que ele olhava para mim e iniciei a recolha de informação.


Estímulo
Observações
Reacção
Observações

1
O que foi? Nunca me viste de vestido?
Chamo a atenção do macho e espero reacção.
Gosto dos teus sapatos.
Macho pode não ser assim tão macho.

2
Ficam bem com o vestido, não é?
Bamboleio as mamas.
Descalça-te lá.
Macho pode, afinal, ter apenas um fetiche por pés e não gostar de mamas grandes.

3
Depois destas horas todas em pé, isto vai saber bem…
Começo a auto-massajar os pés, sugerindo que ele se ofereça para continuar.
Opa, parecem muito fixes. – agarra nos sapatos e testa a sua maleabilidade.
À medida que os vai torcendo com as mãos, aproxima-os lentamente da cara, provavelmente para os ver melhor.

4
Fixes e super-confortáveis, parece que se moldam ao pés.
Macho parece não ouvir. Tem os sapatos ao nível do nariz.
Não cheiram a cholé. Toma. Calça-te.
?

Dada a complexidade dos dados recolhidos, sugere-se uma colaboração futura com profissionais conceituados nas áreas da psiquiatria, química sexual e psicologia animal.

20 comentários:

  1. Continuando na análise puramente científica, podemos começar pela etimologia da palavra macho

    A palavra mas (genitivo: maris) era utilizada em latim para designar o sexo que gera filhos fertilizando óvulos do outro sexo. O diminutivo masculus aplicava-se aos cachorros do sexo masculino. Em latim vulgar, este diminutivo converteu-se em masclu, masculu, que tinha o sentido de pequeno macho ou machinho, no português de hoje. O processo completou-se com a transformação de masclu em macho e nos derivados másculo, masculino, etc.

    Pronto, agora que já sabes o que é um macho, esse não pertence à espécie!
    É um impostor, um alien, está do lado dos inimigos!

    Run away, as fast as you can!!!

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    1. Eu deixei que uma fraude tocasse nos meus sapatos favoritos???? Morte a esse sacana!

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    2. Se precisares de ajuda, sou piquenino, mas vôo muuuuuiiiita rápido e dou umas bicadas temíveis, temíveis, letais mesmo!
      Bastard aliens, no pasarán, no pasarán!

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    3. Por acaso já me fazia falta um guarda-costas. Estás contratado.

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  2. Experimenta umas botas até aos joelhos.
    De preferência sem vestido. Só mesmo as botas.
    Depois traz as conclusões.

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    1. Snail, não imites a Rihanna, porra! Badalhoca! Es muito melhor do que ela! SE TU PRopria!

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    2. Tranquila... caso seguisse esta sugestão ia, muito provavelmente, ter de excluir o individuo do estudo...

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  3. Detesto pés!! Foda-se como me enojam os pés dos outros... mesmo mexer e, sapatos alheios, eu dispenso!!

    Adoro mulheres, da cabeça aos tornozelos!!!!!!

    ;)

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    1. Todos os pés do mundo são horrendos. Menos os meus. Lindos. Um dia escrevo sobre eles.

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    2. Só te peço que não coloques fotos!!

      Por favor!

      E pensar que há pessoas que têm fotos dos seus pés como imagem de perfil... HELP!!!!!

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  4. Post muito bonito, tenho tara por pés e sapatos e afins. Mas primeiro quero uma foto do vestido. Vestido em ti. Para analisar a azedice do espécime. Para depois virem as fotos das sapatolas e analisar isso também. E quem sabe concorrer ao estudo. Nao?

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    1. Eu até fazia isso, só para te mostrar uma foto. Mas agora não vou buscá-lo de volta à tulha e só faço máquinas de roupa ao fim de semana...

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  5. Guarda bem os sapatos, parece-me que ele pode tentar roubá-los!

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  6. Isso não era um gajo, há enviesamentos na amostra...Se optares por uma intencional (refiro-me à amostra), diz!

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    1. É de ponderar a tua oferta... isto tá mau...

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    2. Olha que as amostras intencionais têm algumas vantagens sobre as aleatórias. Como já sugeriram, publica a fotografia com o vestidinho, que eu comento. Podes fazer um teste de normalidade... ;-)

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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