domingo, 7 de abril de 2013

Capacidade geneticamente exclusiva dos homens: estragar um momento bonito

Creio, ou pelo menos espero, que da leitura assídua dos meus textos toda a gente já conseguiu perceber que eu sou uma pessoa extremamente delicada e sensível. Os que assim não pensam serão certamente dotados de uma total inversão de princípios e valores. Como exemplo deste importante traço da minha personalidade, partilho com todos vós a história do dia em que um amigo meu me pediu para sair um pouco com ele à tarde porque precisava de desabafar. Andava com problemas no trabalho e a namorada tinha terminado a relação de longa data. Sendo eu boa pessoa, acedi ao seu pedido. Nessa altura, estava eu à espera dos resultados de umas análises ao sangue, sem saber se seria portadora do beri-beri do sexo. Pois que se estávamos numa de desabafar, e se as verdadeiras amizades são recíprocas, comecei eu por fazê-lo. Lamentei-me de ter sempre o cuidado de me proteger mas às vezes há azares e há coisas que se rasgam. Lamentei-me de não ter planos de vir a ser mãe, mas não poder ser mãe por ser portadora de um desses bicho feios já é outra coisa e, para ele perceber melhor, ainda lhe expliquei que isso é como decidir que não se come mais conguitos. Não comer conguitos porque não se quer é uma coisa, agora tirarem os conguitos do mercado e não se comer conguitos porque não se pode já é outra. Nisto, já era hora de ir para casa e só porque ele não teve tempo de desabafar sobre as coisas dele ficou chateado comigo, chamando-me de egoísta e insensível. Eu, que saí de casa por causa dele, abri o meu coração e fiz uma analogia poética sobre bebés, doenças venéreas e os snacks com amendoim que deram origem à melhor canção da publicidade, a par do 'um bongo' e do 'mokambo'. Eu é que sou insensível?! Não entendo. Mas pois que hoje foi a minha vez de precisar de desabafar e um outro amigo abdicou da sua tarde de domingo para me fazer companhia. Desabafei sobre o que me atormenta e já que ele não tem tormentos de momento, passámos o resto da tarde num banco de jardim a beber uma bodega de um refresco de café e a gozar com os maricas, as gordas com leggings às flores e as moldavas que passeavam carrinhos de bebé com bebés moldavos lá dentro. A meio ainda falámos sobre o meu problema em entrar em lojas chinesas porque não consigo deixar de pensar que estou a dar dinheiro a gente com pilas pequenas, permitindo que estes tenham condições económicas para se reproduzirem no nosso país e disseminarem o gene da genitália diminuta na nossa população. É, para além de sensível, também sou uma pessoa com preocupações sociais e ecológicas. Lembrei-me então que tenho saudades da pila dele, mas pensei noutra coisa para não ficar triste. Uma tarde, portanto, quase perfeita, pelo que decidi despir a minha carapaça de pessoa indiferente e agradeci, com um sorriso sincero, por aquelas duas horas de companhia. Como resposta, tive direito a um "opa, eu estava em casa sem nada para fazer". Pronto. Está certo. Também gosto muito de ti.

31 comentários:

  1. Nunca sonhei que viria a conhecer a nova madre teresa. Versão badalhoca.

    R.

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    1. Adoro quando me elogiam assim, mas prefiro 'madre teresa, versão gira'.

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  2. Ora, chateaste-te com esta alma masculina por ter sido honesto? Afinal ele ouviu-te. Num era exclusivamente o que querias? :P

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    1. A tua capacidade de ver a minha alma é assustadora.

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    2. Assusta de tão errada que estou, não é? :)Sempre é melhor estares com ele do que com uma garrafa de tinto e um PC a um sábado à noite. :)

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    3. És uma mulher sábia, Pseudo. :)

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    4. Especialmente no que diz respeito a quem não conheço de lado nenhum :P...é pena não aplicar tanta sabedoria em caso próprio :)

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    5. Snail, Snail... a vida é lixada, não é? Como esquecer?... Bj

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  3. Olha, e eu gosto de ti! Mesmo não te conhecendo :)

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  4. Snail, Snail, o teu darwinismo aterroriza! Por ventura, já consideraste a felicidade das chinocas que vêm para o nosso país?
    Achas que elas não poderão apreciar as capacidades dos genuínos exemplares do Machus Lusitanus? E que estes não poderão desfrutar de algumas das reconhecidas especificidades anatómicas delas? Porque é que achas que há excursões de âmbito exclusivamente cultural (evidentemente) de homens ocidentais para as terras onde proliferam as damas com os olhos amendoados?


    Boa noite Snail :)



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    1. Concordo contigo, mas numa versão neo-darwinista. Levai os genes lusitanos ao oriente, bravos machos, e ide enriquecer o pool genético dos filhos das damas de olhos amendoados! Assim como os nossos genes (e aqui visto a camisola da mulher ibérica) já foram, e espero que continuem a ser, enriquecidos com o abençoado contributo dos machos do norte de África.

      Beijinhos, gentil passarinho :)

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    2. Quanto ao norte de África, não te vou falar de onde é que vieram os genes. Lembras-te das tomadas de Ceuta e Arzila e aquelas tretas todas que nos ensinaram na escola? Será que os bravos cavaleiros lusitanos levavam Control nos alforges dos cavalos para as noites românticas em que convidavam as belas moiras para ir dar um pézinho de dança? Isto das piscinas onde os genes dão braçadas, está uma confusão que não te digo nada...

      Boa noite, amável serpentinha :)

      (agora estive bem, ou não? ;))

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    3. Pois estiveste, sim senhor. Mas não me 'desconvences' que as melhores mousses são as feitas com chocolate. Puro. E em barra. Grande.

      ;)

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  5. Talvez não lhe tenhas tocado no ponto certo...Apesar de teres pensado nele, pelos vistos.
    :-P

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    1. Eu sou uma pessoa educada. Não toco em 'coisas' na via pública, durante o dia e quando estou sóbria. Talvez seja antiquada, não é?...

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    2. Fazes muito bem. Mas estava a falar no sentido figurado...

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    3. Ah... ok... eu fico assim quando penso nelas... em tocar-lhes... sentido literal.

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  6. Olá, tu és fixe! Queres ser minha amiga? Também gosto de conguitos :)

    (agora que já te assustei, posso dizer que gosto do que escreves!)

    :)

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    1. Gosto de pessoas que me assustam na primeira abordagem. Aqui podes dizer o que quiseres. Ganhaste esse estatuto por mérito próprio.

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  7. Olá miuda!

    Estou solidária com a tua causa. Eu dei por mim a desejar conguitos mais do que tudo na vida, só porque surgiu a ideia que não os podia comer.
    Uma pessoa olha para miúdas de 17 e 18 anos que já mostraram que podem comer conguitos e para outras que tal, e pergunta Mas que raio, porque é que só eu não posso comer conguitos???
    Essa motivação não é real e desatina qualquer pessoa. Desatinar não é bem a palavra certa...será mais castrar.
    Mas nada melhor do que esperares pelos resultados e depois, caso tenhas beri-beri procurar alternativas!

    E lembra-te que não estás sozinha nas dúvidas existenciais sobre conguitos! Beijo grande

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    1. Ah... isso já foi há uns tempos. Os resultados vieram pouco depois e posso comer os congitos que quiser! Deus é grande, irmã!

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    2. Ah maravilha, k alivío! Agora nem te apetece muito comer conguitos, não é? Tou a ver pelo teu post de ontem que Deus é mesmo grande :D :D

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  8. Fiz curto circuito na parte em que disseste e cito "eu sou uma pessoa extremamente delicada e sensível"...

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  9. Eu concordo com o que a Chata disse, especialmente depois de vires ao meu blog dizeres que
    "Eu sou uma miúda pacata e não me sinto confortável ao falar da minha intimidade." :p

    E os homens são os maiores. Por isso é que tu sentes tanta saudade deles! Mas os a sério, não são os a brincar...

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    1. E não sou?? E NÃO SOU????

      E quanto aos homens acho que já deixei bem claro que eu só gosto dos a sério e que ostentam coisas a sério. Não gosto de miniaturas. Nem para brincar. :)

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  10. Loooool, és sim. Uma grande brincalhona e gozona é o que tu és... :)

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  11. como é que sabes que os chineses tem a pila pequena?

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