domingo, 13 de janeiro de 2013

Morte às sonsas!

Acabei de libertar um gás e lembrei-me das sonsas. Não é que as associe a qualquer tipo de cheiro nauseabundo. Nada disso. Até tenho uma grande admiração pelas sonsas. Aliás, sempre lhes invejei a arte da sonsice. Já nos tempos de escola, ficava encantada quando uma amiga mais sonsa me relatava uma das suas quaisquer conquistas: que se tinha interessado por determinado rapaz, que o tinha seduzido, que o tinha comido, que se tinha fartado e que já o tinha deixado. Tudo isto sem ninguém ter dado por nada, o que muitas vezes incluía a namorada do gajo no grupo 'ninguém'. Lógico que contavam o que tinham feito, mas nunca como o tinham feito. E é assim que quem não nasce sonsa, nunca chegará a sonsa. Talvez seja por isso que, ainda hoje, quando me interesso por alguém e dou abertura à época de caça, o gajo percebe, os amigos dele percebem, os meus amigos percebem, toda a gente percebe e, caso haja uma namorada (coisa que só acontece de vez em quando e porque eu sou distraída e às vezes não reparo na existência das mesmas), a minha cabeça já está a prémio mesmo antes de eu chegar a trocar duas palavras com o moço. Às vezes acho que me nascem neons na cabeça. Deve ser algum efeito secundário das minhas hormonas. Os meus vizinhos também costumam reparar, mas isso, mais um vez, é porque eu dou demasiado nas vistas... neste caso nos ouvidos. Mas ninguém pode ser censurado por extrapolar a sua alegria de forma sonora, pode? Se calhar pode. É que a falta de recato faz com que pessoas como eu sejam rotuladas de porcas. E, pior ainda, acusadas não só dos seus próprios deslizes, mas também dos deslizes das outras. E é aqui que voltamos aos peidos, porque o que libertei agora parecia o rebentar de uma bomba. E há dias larguei um parecido no trabalho. E eu até estava sozinha na sala, mas o cabrão fez-se ouvir no corredor e por mais que eu argumentasse que tinha sido um dos aparelhos que devia estar quase a avariar-se que tinha feito um som estranho, ninguém acreditou em mim. Merda para o meu registo criminal nessa área. E foi assim que a partir desse dia passei a ser culpada pelos meus peidos e pelas bufas das outras. A minha vida não é justa.

6 comentários: