Figura mítica já várias vezes referenciada nestas escrituras. O preto cruzou-se na minha vida há coisa de 3 anos e foi paixão imediata. Porque o meu preto não é um preto qualquer. Primeiro, porque é um preto inteligente. Depois, porque é um preto que está a ficar careca. Depois, porque é preto que bebe comigo como se eu fosse outro preto. E depois, porque sair à noite com o preto é como viajar até Narnia. Uma das vezes que saí com ele, foi porque me mandou uma mensagem a dizer que precisava espairecer. Claro que acudi o meu amigo e fui ter ao seu encontro perto do bairro alto, onde ele me esperava com outro amigo seu. O amigo dele perguntou-me se eu sabia o que se passava, porque só tinha saído devido a uma mensagem que o preto lhe tinha mandado a dizer que precisava arejar as ideias. Disse-lhe que comigo se passava o mesmo, mas não sabia mais nada. Quando lhe perguntámos se tinha acontecido algo, o preto disse que estava tudo bem, apenas tinha vontade de sair e desta forma há sempre um ou dois tansos que caem no esquema. Senti-me ultrajada, mas cada vez mais fã do meu preto. Horas mais tarde, bem bebida, e sem saber de onde saiu este desabafo, disse-lhe 'Sabes, P (diminutivo de preto), apetece-me beijar na boca.'. Ele disse sorridente 'A mim não, L (diminutivo de Lambisgóia), beija o meu amigo.'. Olhei para o amigo dele e sorri, pelo que ele me perguntou o que se passava. Eu respondi 'Oh C (diminutivo de cabrão), o P disse para eu te beijar na boca'. Ao que o C disse 'Está bem.'. E foi assim que aconteceu uma das histórias de engate mais rápidas da noite lisboeta. Outra noite que saímos juntos, lembro-me de estarmos perdidos já de manhã num bar do Cais do Sodré e de ver o P, um travesti e o segurança do bar, que comia um pacote de batatas fritas, com caras de quem estava a discutir. Cheguei perto e perguntei ao segurança o que se passava enquanto lhe roubava batatas. 'Ele está a importunar a senhora e você não toca mais nas minhas batatas' - 'Ela não é uma senhora, é um homem feio vestido de senhora' (mais duas batatas) - 'É uma senhora, não a chame de feia e já disse que não toca mais nas minhas batatas' - 'Ok, és uma senhora linda, pena é calçares o 44 (olhava para o travesti e tirei mais duas batatas)'. Fomos expulsos e tive que pagar o pacote de batatas. Para compensar, houve outra noite em que, à porta de uma discoteca, o preto começou a cantar uma música, com letra e composição da sua autoria, cujo poema dizia 'Tu vais beber, tu vais dançar na discoteca, a última vez que estivemos aqui, fiquei a dançar sozinho porque tu foste dar uma queca'. Teve direito a aplausos dos seguranças, que nos deixaram entrar sem pagar e ainda hoje me fazem um cumprimento como se eu fosse uma qualquer figura conhecida da TVI. Bem, não me alongo mais. Apenas quero alertar o mundo que o planeta amanhã pode ter duas luas e girar ao contrário, uma vez que a TMN acabou de registar a seguinte troca de mensagens:
Preto: 'Bairramos hoje, L?'
Snail: 'És o demónio e eu sigo a tua profecia.'
Preto: 'Amo o meu rebanho.'
Snail: 'Amen.'
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