quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

É bom que estejas a morrer, senão mato-te

Era uma vez uma menina muito linda, de longos cabelos pretos e com um sorriso contagiante. Certa noite de copos, um jovem marinheiro amigo de amigos da menina, acabou a noite a trocar copos de cerveja, conversa animada e risos inocentes com ela. Ditou o destino que os dois dividissem um taxi nessa noite, já que se dirigiam os dois para a mesma zona da cidade. A certa altura ela disse ao taxista para parar no próximo cruzamento, que era aí que vai ficar, ao que o marinheiro respondeu que gostava de ficar mais um pouco e continuar a conversa. Receosa de não controlar a sua libido patologicamente agressiva, a menina diz a medo que tem mesmo que ir dormir e sai a correr do taxi, com este ainda em andamento. As bebedeiras têm destas coisas, não se percebe se é o carro que ainda está a andar ou se é a rua que anda à roda, mas a memória da última vez que as vizinhas a apanharam a lambuzar-se com um jovem advogado à porta de casa ainda é recente e isso não é coisa que a bebedeira atenue. Não tendo trocado contactos com o marinheiro, este, intrigado com essa morena que gosta de dar mergulhos no asfalto, procurou através dos amigos comuns e conseguiu voltar a entrar em contacto com a sua princesa Diana Ross versão cara pálida. E durante as semanas seguintes houve mensagens, telefonemas, conversas pela noite dentro e um convite para um copo e quiçá mais copos ou outras cenas. Ela, não admitindo, estava entusiasmada, escolheu a roupa, o perfume, as botas, o casaco e as jóias. Dispôs tudo em cima da cama para avaliar a combinação. E ia tomar um refrescante banho, quando... "Adormeci no sofá... Levas a mal se me cortar hoje?". 
Tampa. 
A menina acabou de levar uma tampa.

Se levo a mal? Não... Desde que estejas a mentir em relação ao suposto cansaço após um dia de trabalho e na verdade tenhas sido atacado por uma matilha de cães vadios, que te arrancaram uma perna e agora estejas na urgência de um hospital qualquer, com uma algália enfiada na pila sem anestesia, enquanto os funcionários de um matadouro da margem sul vêm a caminho de Lisboa para abater os cães, dissecarem os seus estômagos, encontrarem os pedaços da tua perna e depois fazerem a reconstrução do membro tipo puzzle com super cola três, eu não levo nada a mal... Disse perna? Ah, enganei-me. Tomates. Queria dizer tomates.

12 comentários:

  1. As cobras têm, em ti, grande concorrência :P

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    1. Os escorpiões, vespas e outros bichos com veneno acabaram de ficar com ciúmes.

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  2. Acabei de saber ... Morreu! mas deixou os tomates :)

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  3. Essa merda não é uma tampa. É um conjunto de cozinha completo.

    R.

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  4. Quem vai ao mar, avia-se em terra.
    Para a próxima, já sabes...

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    1. Não sei se percebi exactamente onde queres chegar com esse conselho.

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    2. Davas a queca "em terra" antes de te aventurares "no mar".
      Pelo menos, e sendo bem dada, ficavas mais bem dispostinha.

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    3. E doente. Não te esqueças do doente.

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