Considerado uma tradição secular do nosso serviço, com iguarias confeccionadas por todos os elementos, sem olhar a classe social ou profissional, realizado num espírito de amizade e comunhão e incluindo uma não menos tradicional troca de prendas, desde há dois anos a esta parte.
Podia agora dissertar sobre os enchidos das ilhas, sobre a moamba ou o bacalhau com natas, sobre os vinhos do Douro e Alentejo, sobre o médico que foi apanhado a olhar para o meu decote e que daí até ser condenado ao título de 'futuro-ex-qualquer-coisa-dela-porque-ela-até-lhe-pode-vir-a-dar-bola-mas-farta-se-depressa' foi um ápice, ou sobre a minha colega, que ao saber que eu tinha levado máquina fotográfica, perguntou se era para tirar fotos, eu ter respondido com ar de gozo "não filha, é para assar frangos" e que ofendida não me falou o resto do almoço. Mas não vou.
Vou antes contar como se pode quase morrer durante um almoço de Natal. Ou melhor, como se pode quase morrer durante uma troca de prendas.
Todos os anos, fazemos a troca de prendas de uma forma temática. No primeiro ano, as prendas foram numeradas, havia um saco opaco com rifas também elas numeradas, as pessoas tiravam um número e tiravam a prenda com o mesmo número. Tema desse ano: números.
No ano seguinte, o tema foi 'ditados populares'. Com o mesmo sistema, as rifas tinham o início de um ditado, cada pessoa dizia em voz alta o que tinha escrito na rifa e havia uma pessoa responsável por procurar o resto do ditado escrito nos embrulhos das prendas e dar a prenda correspondente a cada um. Não teve graça nenhuma, mas valeu pela inovação.
Este ano, o tema foi 'pares românticos'. Charlene e Alberto do Mónaco, Dama e o Vagabundo, Fiona e Schreck e por aí fora. E à vez, íamos dizendo o nome da apaixonada que nos tinha saído na rifa e recebíamos a prenda com o nome do respectivo apaixonado. Também este ano, não estava a ter graça nenhuma, até a única preta do serviço ter dito o que lhe tinha saído na rifa: Daaaaaamaaaa. Engasguei-me com o vinho tinto durante o ataque de riso e quase morri asfixiada.
Imagino quem fez a moamba e sei que deixou de te falar! LOL É bom ver que tudo está igual ;)
ResponderEliminarE se eu te dissesse que te enganas em relação à segunda?... Ah pois!
EliminarSabes que fiquei curiosa, não sabes?
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