O calor dá-me transtornos. Ontem fui petiscar com a preta durante a tarde e apanhei uma bebedeira sem querer. Fui apanhada de surpresa mas, apesar de não gostar de surpresas, até gostei. E hoje, tal como já esperava, trabalhei de ressaca. Disso já não gostei. E estava eu perdida e triste no meio de toda esta situação que eu não gosto quando me batem à porta do gabinete. Quatro homens estavam de pé do outro lado da porta. Um presidiário mulato, alto, cara de bandido, algemas, tatuagens, cheiro a sexo. Três guardas prisionais, altos, morenos, barba, ombros largos, cassetetes compridos, fedor a sexo. O mulato era o doente e não podia separar-se dos guardas. Eu achei que estava no céu. Disse para entrarem na sala. O mulato perguntou o eu queria que ele fizesse enquanto entrava. Os guardas entraram sem perguntar nada. Eu só disse 'peito destapado e deita de barriga para cima'. O mulato obedeceu. Os guardas não. Ora pois que fiquei desiludida. Com tanto aparato ainda fiquei na esperança que algum fã, admirador ou simples simpatizante tivesse tido a ideia brilhante de me surpreender no meu posto de trabalho com quatro stripers masculinos, pelo que estive vai não vai para tirar a bata e pedir-lhes que me apertassem as mamas com força e me arreassem com o cassetete nas nádegas. Mas não era nada disso. Rapidamente percebi que Deus estava de novo a mandar mensagens à sua rebelde favorita. Dois dias depois de ter despachado o preto de volta para a Pretolândia, terra dos ciumentos possessivos pseudo-libertinos, o Senhor manda-me a imagem desta espécie subjugada ao poder dos Deuses do Reino da minha líbido: barbas, ombros largos, peles morenas, maus feitios sexy, fardas. Vim para casa e pus música de brancos aos berros para não me ouvir a pensar, enquanto rabos masculinos e revestidos de fardas viris desfilavam na minha cabeça. Lembrei-me então, desse belo verão em que fiz a minha incursão pelas forças armadas. Um oficial do exército seguido de um oficial da marinha. Ainda tentei a força aérea, mas entretanto chegou o outono e a consequente época baixa de caça. Estava pois, triste e abatida, nostálgica e melancólica, de ressaca e a beber uma mini, quando um ex-estagiário que passou há uns meses lá pelo serviço mandou uma mensagem porque precisava de ajuda com um caso clínico. Coisa que podíamos fazer, sugestão do estagiário tesudo, durante uma imperial ou duas ao fim da tarde. Sorri ao lembrar-me dos seus ombros robustos dentro da bata, da sua barba escura sempre impecavelmente por fazer, da forma súbita como desapareceu e nunca mais ninguém ouviu falar dele. Sorri e perguntei que era feito dele para só agora estar a trabalhar no relatório de estágio. Disse-me, depois de me pedir para guardar segredo, que é comando e que esteve em missão. Os meus lábios humedeceram-se e ficaram entreabertos. A minha boca continuou a sorrir.
Ou seja: vai-se um, vem-se outro. Foi isto que eu percebi, uma entre outras coisas.
ResponderEliminarAndo a aprender umas coisas com os nossos governantes.
EliminarDeus te abençoe
ResponderEliminarDeus te oiça.
EliminarEle gosta de ti...tu pecas mas Ele Perdoa-te.
ResponderEliminarPecado seria desprezar os Seus presentes.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarExplica-te.
EliminarSó escrevi aquilo para o poder apagar.
EliminarR.
(procura going commando)
EliminarR.
Já procurei... Não faz parte dos meus hábitos.
EliminarReferia-me a poder ser parte dos hábitos dele.
EliminarR.
Não imaginas a alegria que me dá ler a tua vida! :)
ResponderEliminarIsso é bonito. :)
EliminarNão é que a vida me ande a correr mal, mas a tua tem outra alegria. :)
Eliminarps: fiquei muito feliz por finalmente teres largado o preto!
Mesmo sabendo que eu fiquei triste dois dias? És mau.
EliminarAbre portas para mim!!!!!!!
EliminarPara a minha branqueza e pila reduzida que não te vai magoar nada, aliás, és capaz de nem a sentir!! :D
É bom, não é? :)
Para além de minha vizinha, penso que trabalhamos no mesmo sitio. Ontem também recebi um cidadão recluso e sus muchachos de cassetetes. Mas não pedi para despir, não. Pedi-lhe os dedos. Fiquei triste. Eram pequenos.
ResponderEliminarBom dia Lambisgóia.
Ai ai ai dedos pequenos não auguram nada de bom!
EliminarMiuda, só tu para me fazeres sonhar! Agora fiquei a pensar coisas perversas contigo e com o mulato. Muito perversas. E os guardas a assistir. E eu a assitir. Tou com um sorriso aparvalhado nas trombas. Vou buscar uma mini para ver se isto passa...
ResponderEliminarMay i join you?
EliminarSem dúvida!!! Vamos ajavardar as fantasias da Snail!
EliminarMelhor ainda: eu fico com os três guardas e vocês as duas com o mulato. E podemos ver tudo. Vou buscar uma mini também.
EliminarEu e a Calvin com o mulato...isso parece-me uma pena de prisão dura de cumprir!! Pobre mulato...
EliminarSó me desiludes nos dias em que não escreves!! Grande snail :)
ResponderEliminarÉs uma fofa!
EliminarAndas muito desaparecida. Não gosto disso!
ResponderEliminarAntão já mandaste o preto dar uma volta? Ao menos testas-te bem o equipamento?? Já fazias o relatório do test drive!
Comando de ombros largos?? :D Chama-o lá para discutir o caso!
Desaparecida, não. Menos frequente. Está muita calor pá!
Eliminar