As mulheres são falsas. Ou pelo menos são mentirosas. As solteiras, então?... Pffffuuuu! Adoro ouvi-las dizer, convictas e firmes, que são mulheres modernas e independentes, que não precisam dos homens para nada, que isto é só sexo e mais nada, que não admitem ser controladas nem serem obrigadas a dar satisfações a ninguém. Adoro mesmo. E adoro mais ainda quando finalmente se encantam pelo dono de uma pila qualquer e de repente é vê-las a ter crises de ansiedade porque ele ainda não perguntou se ela acordou bem disposta, a terem um interesse súbito pela culinária e a renovarem de uma assentada quatro gavetas de roupa interior. É tão simples como isto: as mulheres não o assumem, mas adoram prestar vassalagem. E eu não posso, nem consigo, fugir à minha condição de mulher. Mas isto agora com a crise e tal, não estamos em tempo de andar para aí a fazer jantares pipi cada vez que se dá uma queca. E, graças a Deus, tenho por hábito ir renovando a minha roupa interior em toda a sagrada época de saldos. Ainda assim, a vassalagem está-me no sangue e ao resto da questão não consigo fugir. Posso passar mais incólume que as outras, mas venho aqui assumir: tornei-me numa serviçal do sexo. Mas não vou aqui descrever a arte da anaconda de chocolate nem descrever o estado de dilaceração da minha coisinha. Até porque não sou contorcionista. E mesmo que fosse, não ia ter coragem de encará-la de frente. Acho que ela odeia-me. Só sei que dói. E às vezes dói tanto, que no fim de semana passado decidi fugir para casa de um amigo de infância. O tempo estava uma real bosta, mas eu precisava mesmo era de descansar. Pelo caminho já sentia saudades do preto, mas vimos um lagarto esmagado na auto-estrada, o que me fez ter uma visão do que não consigo ver e saber que estava a fazer o mais correcto. Mas não vou ficar aqui a descrever metáforas com animais esventrados e o estado dos meus órgãos genitais. Vou sim, falar sobre a minha capacidade de trazer o bem à vida das pessoas. Dizia eu que fui passar o fim de semana com um amigo de infância. Daqueles que são quase irmãos, com quem só falamos de merda, com quem fazemos concursos de peidos e com quem um arroto a meio da cerveja é motivo para uma salva de palmas (às mulheres que lêem isto, se não têm amigos assim, a vossa vida é uma merda). Pois que fui passar 3 dias de pura gastronomia e enologia. Com passeios a meio da tarde para dar ar ao fígado. Numa dessas tardes vesti uma mini-saia. Fui à varanda e estava frio. Inteligente como só eu consigo ser, em vez de trocar a saia por umas calças, decidi enfiar umas collants na mala. A meio da tarde o frio nas pernas estava insuportável. Íamos de carro não sei para onde, havia pinheiros por todo o lado. O meu amigo ia falando da relação de longa data que terminou há poucos meses e de como as colegas da ex-namorada agora o tratam abaixo de cão. 'As mulheres são falsas, más e mentirosas', dizia-lhe eu enquanto vestia as collants de forma acrobática com o carro em andamento numa imensa rotunda, com o cuidado de virar o rabo para a janela e não para a cara do meu amigo. 'Por isso é que...' respondia ele ao meu comentário, quando parou subitamente de falar e ficou com cara de quem tinha visto a mãe em cuecas na rua. 'O que foi? Estás a ver o meu rabo pelo espelho do carro, seu badalhoco?', perguntei eu armada em pudica. 'O carro que estava ali parado para entrar na rotunda... são colegas da minha ex...', disse ele cada vez mais pálido. 'Viram-me o rabo, as badalhocas?', disse eu com ar de riso. 'Diz-me que tens roupa interior decente... ou que tens roupa interior, pelo menos... se é que isso faz alguma diferença...', disse ele a desfalecer. 'Tenho, tenho...', disse eu baixinho enquanto pensava no meu diminuto fio dental, nas escoriações que vão até meio das minhas coxas, mais o estado de lagarto esmagado do resto. Tivemos que traçar um plano de emergência. De certeza que, mais cedo ou mais tarde, ele ia ser confrontado com perguntas. Dizer que estava com uma amiga de infância de rabo ao léu dentro do carro em andamento e com um pinhal localizado a menos de 200m da rotunda do crime, não lhe ia servir de nada. Ninguém ia acreditar nessa história. Dizer que tinha feito um engate na noite anterior com uma espanhola que nunca mais irá voltar a portugal pareceu-nos uma desculpa mais credível. Perguntei-lhe agora sobre as consequências do sucedido. Diz ele que nenhuma das colegas da ex-namorada lhe perguntou sobre o misterioso rabo colado ao vidro do carro dele, mas todas têm perguntado se ele não quer ir beber um café uma noite destas. As mulheres sabem reconhecer os estragos de uma grande pila, digo eu. As mulheres são falsas, más e mentirosas, digo eu. O meu amigo ganhou a fama de ter uma anaconda dentro das calças e a culpa é minha, digo eu.
Prestaste-lhe um grande serviço. És uma amiga de valor ;)
ResponderEliminarEu sou a amiga que todo o homem queria ter!
EliminarO teu amigo ficou com uma fama daquelas... agora vai começar a ter um grade sucesso, vai. E as outras, grandes falsas, andam de certeza a dizer mal dele à ex e por trás desejosas de se atirarem para cima do moço... Gajas.
ResponderEliminar... todas iguais. E como eu odeio dizer isto.
EliminarConcordo. Até faz comichão. Por isso é que não consigo ter muitas amigas
EliminarBem dita a hora em que vim aqui ler isto em vez de ir escrever o meu post triste sobre a minha vida triste! :D
ResponderEliminarEscreve na mesma, que a tua vida triste faz-me sorrir. :)
EliminarAgora ainda a conseguiste deixar mais triste! Mas pronto, haja alguém que sorria..
EliminarFizeste o melhor que podias ter feito pelo teu amigo! Vais ver a ex e as amigas agora todas doidas porque homem que transforma a tua Maria Vitória num lagarto estripado....merece sempre a nossa atenção!
ResponderEliminarEu nem sei como o estado português ainda não me condecorou com uma cruz importante qualquer!
EliminarE ainda hoje vi uma reportagem por o Estado dar cruzes ao desbarato...e tu aí! Sem a tua....vergonha
Eliminarsnail, eu quero ter a tua vida!
ResponderEliminarDou formações intensivas por uma quantia simbólica. ;)
EliminarMiuda, adorei. mesmo.
ResponderEliminarbeijinho
Bora dar uma volta comigo.
ResponderEliminarR.
Pagas? Eu só faço borlas para os meus amigos.
EliminarGuia espiritual (aka detentor de stock de gin gigantesco) diz-te alguma coisa?
EliminarR.
Estou ao teu dispor, mestre.
EliminarOs verdadeiros amigos são para isso mesmo! Correr com as/os ex, as/os amigas/os das/os ex, basicamente, meter o real nojo com um rabo jeitoso de fora! :D
ResponderEliminarRabo jeitoso! És minha amiga para sempre!
EliminarMostrei toda a tua história do preto a uma pessoa.. Depois de a ler, ela diz-me ao ouvido: "deixa-me no mesmo estado dela.. Esmaga-a, dilacera-a, rebenta-a todinha.."!
ResponderEliminarObrigado Snail, por trazeres felicidade à minha vida!
Oooooh! Fofo!
Eliminar(se não conseguiste fazer o que ela te pediu és lixo!)
Ainda à cadito recebi mensagem dela: "blá blá blá.. ainda não consegui arranjar posição para me sentar! Afinal não são só anacondas pretas que fazem estragos! Bjs***"
EliminarMereces o céu, Snail!
Que post tãão bom! :)
ResponderEliminar:)
EliminarPosso fazer uma pergunta indiscreta? É que eu admiro-me de ainda ninguém a ter feito. E acho-a deveras importante.
ResponderEliminarAfinal de que cor era o fio dental que acabou por ficar à mostra entre as nádegas exibicionistas e escarrapachadas na janela do carro do mocinho?
Porque é que eu tenho medo de responder a isso...?
EliminarBranquinho.
Sua maluca! "Branquinho" é uma cor que não traz problemas nenhuns e além disso, sempre pode contrastar com o resto dos "acessórios" :)
EliminarMais descansada, então.
EliminarE o mundo é assim, surgem as boas acções de onde menos se espera. Neste caso, surge de um rabo colado ao vidro.
ResponderEliminarEsta foi uma verdadeira BOA acção.
EliminarMuito bom :)
EliminarPossa, ainda bem que não virastes o belo traseiro, para o moço, senão despistava-se.. Contudo, será que ficastes com a fama, e não ficastes com proveito??
ResponderEliminarAmigo tipo irmão... não sou fã de actividades incestuosas.
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